Em discurso rancoroso vereador xinga e ainda faz piada homofóbica.
Na sessão ordinária da Câmara de Vereadores desta segunda (28) o "agitador" Nelson Silva de Souza, o Nelsão, mais uma vez atacou este "blogueiro" com palavras distorcidas. "Eu acho que nem de Campo Largo ele é" - ironizou o sindicalista, fazendo clara menção ao fato deste autor não ser natural do Município, situação de, segundo a visão do parlamentar, desabona este jornalista.
Não é de hoje que flagramos situações de discriminação quanto a cidadãos "não-nativos" de uma cidade. Algo natural pois, o chamado "bairrismo" é um mecanismo de defesa da cultura e da tradição de um povo. Entretanto, na ultima década, Campo Largo passou a receber moradores vindos de distantes partes do Brasil. Gente que ajudou e ainda auxilia no desenvolvimento da cidade, devolvendo a ela seu lugar de destaque entre os principais municípios paranaeneses.
Denominar que este escritor ou qualquer não nascido em Campo Largo mereça o rótulo de "forasteiro" é um reprovável exemplo de preconceito, de discriminação.
Nelsão esquece apenas de que foi vitima da sua própria língua. O vereador nasceu na pequena São João do Caiua, Noroeste do Paraná.
O fato de não ser natural desta cidade, ou de residir aqui há oito ou 30 anos não serve como medida para avaliar quem merece ou não defender ou comentar os assuntos locais.
Na falta de argumentos para atacar este "forasteiro", o vereador demonstra aquilo que seus pares na Câmara já sabem: seu despreparo para a função pública; seu temperamento rancoroso e sua integral falta de respeito com a "liberdade de expressão", garantida pela Constituição de 1988.
Dedico-me há oito anos informando a cidade. O dobro deste período atuo na comunicação, informando, sempre com credibilidade e idoneidade. Fui processado por "mercadores" políticos durante todo esse tempo, e aprendi a orgulhar a Justiça Brasileira, que indeferiu cada ação proposta pelos "abutres sem caratér" que infeccionam a vida pública.
O mais relevante e abominável nisso tudo: o vereador, pessoa pública eleita pelo voto popular, separa a cidade entre os "nascidos aqui" e os "não nascidos", rotulando estes últimos como "forasteiros".
Acovardado, Nelsão golpeia, protegido pelos rigores do Regimento Interno da Câmara de Vereadores, evitando assim, no uso da Tribuna daquela casa, o enfrentamento direto com as vitimas de seus ataques medíocres. "Cupincha" - xingou o vereador. "Se bem que tem que ver se é homem ou é de outro lado né" - insinua, demonstrando mais uma vez seu preconceito, desta vez com a comunidade gay.
Com todo respeito aos homossexuais mas minha preferência é outra! Contudo, a tribuna da Câmara não é lugar para piadas homofóbicas. Que o sindicalista use da mesa de um boteco para desferir seu humor sarcástico e discriminatório.
Lamento que o parlamento daquela casa de leis seja utilizado como palco de hostilizações quando, na verdade, deveria servir para o debate das necessidades desta cidade que orgulho chamar de "nossa" e que todos, forasteiros ou não, defendemos com fervor.